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sábado, 10 de abril de 2010

O Abraço de Deus


Abraço de Deus



É uma avó que conta que, certo dia, sua filha lhe telefonou do Pronto-Socorro. Sua neta, Robin, de apenas seis anos, tinha caído de um brinquedo, no pátio da escola, e havia ferido gravemente a boca.



A avó foi buscar as irmãs de Robin na escola e passou uma tarde agitada e muito tensa, cuidando das crianças, enquanto aguardava que a filha retornasse com a menina machucada.



Quando finalmente chegaram, as irmãs menores de Robin correram para os braços da mãe. Robin entrou silenciosa na casa e foi se sentar na grande poltrona da sala de estar.



O médico havia suturado a boca da menina com oito pontos internos e seis externos. O rosto estava inchado, a fisionomia estava modificada e os fios dos cabelos compridos estavam grudados com sangue seco.



A garotinha parecia frágil e desamparada. A avó se aproximou dela com o máximo cuidado. Conhecia a neta, sempre tímida e reservada.



"Você deseja alguma coisa, querida?", perguntou.



Os olhos da menina fitaram a avó firmemente e ela respondeu:



"Quero um abraço."



* * *



À semelhança da garotinha machucada, muitas vezes desejamos que alguém nos tome nos braços e nos aninhe, de forma protetora.



Quando o coração está dilacerado pela injustiça, quando a alma está cheia de curativos para disfarçar as lesões afetivas, gostaríamos que alguém nos confortasse.



Quando dispomos de amores por perto, é natural que os busquemos e peçamos: "Abrace-me. Escute-me. Dê-me um pouco de carinho. Um chá de ternura."



Contudo, quando somos nós que sempre devemos confortar os outros, mais frágeis que nós mesmos, ou quando vivemos sós, não temos a quem pedir tal recurso salutar.



Então, quando estivermos ansiosos por um abraço consolador nos nossos momentos de cansaço, de angústia e de confusão, pensemos em quem é o responsável maior por nós.



Quando não tivermos um amigo a quem telefonar para conversar, conversemos com Nosso Pai. Sirvamo-nos dos recursos extraordinários da oração e digamos tudo o que Ele, como Onisciente, já sabe, mas que nós desejamos contar para desabafar, aliviar a tensão interna.



Falemos das nossas incertezas e dos nossos dissabores, sobre as nossas decepções e nossos desacertos e nos permitamos sentir o envolvimento do Seu abraço de Pai amoroso e bom.



Não importa como o chamemos: Pai, Deus, Criador, Divindade. O importante é que abramos a nossa intimidade e nos permitamos ser acarinhados por Ele.



Ele sempre está pronto para abraçar Seus filhos, sem impor condições.



E se descobrirmos que faz muito tempo que não sentimos esse abraço Divino, tenhamos a certeza de que faz muito tempo que não o pedimos.



* * *



Victor Hugo, poeta e romancista francês, escreveu um dia: "Tenha coragem para lidar com as grandes tristezas da vida. E paciência para lidar com as pequenas.



E, depois de ter cumprido laboriosamente sua tarefa diária, vá dormir em paz.



Deus continua acordado."



Pensemos nisso. Deus está sempre acordado, e velando por nós.

Autor:

Equipe de Redação do Momento Espírita com base no cap. Consolador, de autoria de Joni Eareckson Tada, do livro Histórias para o coração da mulher, de Alice Gray, ed. United Press.

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